quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Em quem irei votar para Presidente do Brasil?!...


*Colaboração Pe. Frei Flávio Henrique, pmPN
Começou a corrida eleitoral e, com ela, o espinhoso e polêmico tema do aborto. De um lado, a pavorosa pressão midiática que mantém inflexível a conivência intelectual perversamente progressista em relação a estes temas delicadíssimos. E é importante que se diga que a força dessas posturas progressistas está na maquiagem humanista dos valores invertidos pelo utilitarismo.
De outro lado, é unânime a rendição tácita dos candidatos à manutenção da legislação em vigor, a tal lei apelidada de ‘Cavalo de Tróia’. Aquela que prevê o aborto nos casos de risco de vida da gestante, de gravidez nos casos em que simplesmente se declare violência e de bebês anencéfalos (com má formação cerebral).
Esta rendição dos presidenciáveis, muito para além do eventual relativismo moral e ético de cada candidato em relação a temas tão controversos, tem uma razão de fundo inegociável: quem se posicionar claramente contra o aborto, por exemplo, será simplesmente achincalhado. Não pela opinião pública (visto que a maioria da população segue sendo contra o aborto), mas, será politicamente despedaçado com o ataque sistemático promovido pelos formadores de opinião pública.
Se os candidatos estão todos rendidos a essa eugenia prática – por “livre e espontânea pressão” – então, como a consciência cristã poderá escolher quem os represente, se a lista de representantes está, de ante-mão, cooptada contra os interesses da representação?
Dito de modo mais simples: não há ‘ficha limpa’ que dê jeito nessa mancha política que se instalou na disputa presidencial. “Se correr, o bicho pega. Se ficar o bicho come”. Esse é o panorama real em que desenrola o pleito eleitoral de 2014, engessando a consciência eleitoral que deveria ser livre, mas, na prática, é encabrestada.
Se voltarmos à disputa presidencial de 2010, recordaremos que a polarização do tema do aborto foi apresentada de forma tão emblemática, controversa e agressiva que causou um desconforto enorme à CNBB. A Igreja Católica não pode autorizar ou instruir a consciência de seus fiéis a votarem em candidatos confessadamente abortistas, sob pena de que suas autoridades e fiéis fiquem sujeitos à excomunhão automática. E também não consegue caminho alternativo para abordar a questão sem transformar o debate presidencial num campo de guerra sob o fogo cruzado do ódio midiático antirreligioso. Está, literalmente, entre a cruz e a espada.
Há um impasse prático, efetivo e sem nenhuma perspectiva de solução no curto prazo, a meu ver.
O esforço do ‘ficha limpa’ para ética política e pública e a formação moral dos fiéis – obrigação de profissão de fé das lideranças religiosas – sugere aos eleitores que escolham os candidatos a partir de sua integridade ética e do comprometimento com os valores cristãos. Mas, fica uma pergunta inquietante. Como escolher entre os presidenciáveis que: ou têm convicções pessoais abortistas (ainda que em casos de exceções) ou aderem a elas coagidos pela força esmagadora do relativismo moral geral instalado no sistema inteiro?
Como eu disse, “se correr o bicho pega e se ficar o bicho come”. Parece que é mesmo a hora desse bicho pegar e/ou comer tudo o que é justo, honesto, sadio, sensato, íntegro, correto, verdadeiro, bom, valoroso, sagrado, etc, etc, etc.
Que bicho é esse que tem tamanho poder para simbolicamente conseguir pegar e triturar tudo isto na cultura humana, desmantelando o verdadeiro bem coletivo? O único bicho que conheço com poder simbólico de realizar tudo isto é aquele que o Autor da Vida e Salvador do Mundo chamou de Dragão!
Como não me meto em política partidária e nem me comprometo com ideologias políticas eleitorais quaisquer que sejam elas – mais à direita ou mais à esquerda – exercerei meu dever de cidadania para votar nessa eleição fazendo como sempre fiz, obedecendo rigorosamente a lei que diz: o voto é individual, intransferível e SECRETO...
Ah! Mas tem uma coisa! Que não deixa de ter importante conotação política: seguirei defendendo a vida sempre, até a minha morte, não me importa como ela me venha! Isto também eu não negocio, com ninguém. Antes, ser lançado em meu próprio túmulo, pela covardia da truculência alheia; que, pela injustiça do meu egoísmo, lançar quem quer que seja na cova da morte não natural, do aborto à eutanásia! Capiche?!

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